Friday, January 27, 2012

T.P.C.

Na reunião de pais no outro dia houve uma mãe que disse que achava que os miúdos deviam trazer mais trabalhos de casa. Eu nem disse nada. Ali já todos sabem que eu sou a mãe que está contra os trabalhos de casa. Uma ave rara é o que sou. Uma espécie de freak-neo-hippie que acha que os miúdos devem aproveitar o fim-de-semana para brincar. Naquele dia calei-me. Mas não sei se irei aguentar por muito mais tempo. Ora vejam só os trabalhos que a minha criança de sete (quase oito) anos tem para fazer esta semana:

- uma ficha de matemática com 4 páginas cheias de problemas com euros e cêntimos, metades e terças partes e assim
- fazer e estudar as tabuadas do 2, 3, 4, 5 e 10
- 2 páginas de exercicios sobre plantas
- 2 páginas de exercícios sobre animais
- 1 texto para ler e 2 páginas de exercícios sobre o texto
- uma redacção sobre o animal preferido

Isto é coisa para demorar no mínimo três horas, entre sábado e domingo, e isto se eu a meio me for lá chatear para ele se apressar em vez de estar distraído a morder o lápis.

Mas diz que é assim que eles aprendem desde cedo que a vida é difícil, ouvi naquela reunião.
Será mesmo?

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Thursday, January 26, 2012

Strawberry fields forever

A minha discoteca (chamar-lhe discoteca já é uma piada) são duas prateleiras cheias de discos brasileiros. Não sei muito bem como começou isto, mas penso que as primeiras músicas brasileiras que ouvi, para além daquelas que passavam nas telenovelas, estavam nuns LPs do meu pai, com chico buarque, nara leão e outros assim. Na faculdade a isi deu-me um empurrão. E o resto veio pouco depois, com a ajuda do joão miguel que se sentava ao meu lado com os phones nos ouvidos e me falava de discos que eu tinha mesmo que comprar. Eu comprava. E da música à literatura ao cinema à dança ao teatro à arquitetura às artes todas - tenho vindo a explorar o brasil de todas as maneiras que posso, devagarzinho porque não o consigo fazer de outra forma, até porque tenho muito por onde ir e sinto que estou ainda no começo. Mas voltando às prateleiras dos discos, onde se acumulam caetano e gilberto, calcanhotto e marisa, paralamas e legião urbana, rita lee e lenine, daniela mercury e zeca pagodinho, tom zé e pedro luis, faraco e elis. Há de haver, lá pelo meio, umas coisas com outros sotaques. Sérgio Godinho, Cesária Évora, Mayra Andrade, José Mário Branco. Pouco mais. Ultimamente compro menos discos, mesmo que vá ouvindo e gostando de outras coisas - cantadas em português - já me custa mais largar vinte euros. Depois, na prateleira de cima, estão os discos do meu homem - quase tudo barulho que eu não ouço nem sei os nomes e umas quantas coisas que não me importo de ouvir de vez em quando como o ben harper, o jeff buckley, os red hot chilli peppers (ele compra ainda menos discos do que eu, mas ouve muito mais música do que eu, está já na fase digital enquanto eu fiquei na pré-história, mas adiante).
E depois há uma caixa. A minha caixa com a discografia dos Beatles. A paixão mais antiga. A única que ficou dos tempos em que ouvia só músicas de outros tempos, o elvis, os beach boys, os platters e outras coisas muito pirosas dos anos 50,60 e 70 (a minha rádio não era a M80, que não existia, era a rádio nostalgia mesmo). Desses todos guardo boas recordações e umas letras que ainda sei de cor. Dos beatles guardo muito mais. Eles são os maiores. Em todas as suas fases, com os cabelos curtos e compridos,com o fatinho completo do início da carreira e com os casacos de peles e chapéus enormes do final, do love me do ao i am the walrus (só para citar duas músicas tão diferentes). Agora que tenho passado as manhãs em casa, tenho estado a ouvir os meus beatles e ponho-me a pensar mais nisto da procura da felicidade e de como é preciso ter coragem para ser diferente, para fazer diferente do que os outros fazem, para perseguir o sonho e para acabar tudo quando deixa de fazer sentido. As coisas que uma pessoa pensa a ouvir o twist and shout. Mas isto sou eu claro, que mesmo não parecendo sou uma romântica.

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Tuesday, January 24, 2012

Life goes on

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Friday, January 13, 2012

Algumas coisas nunca mudam

O Brad Pitt é lindo. Já o era, em 1991, quando eu o descobri em 'Thelma e Louise', e continua assim, vinte anos depois, em 'Moneyball'.

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Mudam-se os tempo, mudam-se as vontades

"Come gather 'round people
Wherever you roam
And admit that the waters
Around you have grown
And accept it that soon
You'll be drenched to the bone
If your time to you
Is worth savin'
Then you better start swimmin'
Or you'll sink like a stone
For the times they are a-changin'"

Camões/ Bob Dylan

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Monday, January 02, 2012

Resoluções

Acreditar que podemos dar a volta à crise - a todas as crises, as grandes e as pequenas, as do país e as nossas. E trabalhar para isso. Era o que faltava começar o ano já derrotada.


(é preciso avisar que eu digo isto depois de ter passado mais de uma semana de férias e com muitos dias de sol, entre bicicletas, praia, comezainas, família, amigos e carrinhos de choque. se me ouvirem logo à noite, após um dia de trabalho, o discurso pode ser bem diferente...)

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