Monday, November 14, 2011

Foi assim que aconteceu

Não sei se tirámos esta foto há um ano ou há dois, mas isso é irrelevante porque a verdade é que praticamente desde que aprendeu a andar que o António anda em cima destes muros e salta por todos aqueles degraus. Sete anos e meia dúzia de arranhões. E agora isto.

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Wednesday, November 02, 2011

Sangue do meu sangue

Toda a gente fala da relação entre a tia e o sobrinho, da forma como a mãe defende a filha, daquele dealer que começa a dar a canja às miúdas e acaba a dar outras coisas. Mas o que eu gostei mais foi da Márcia e do Nini. Daquela mulher que limpa o cocó dos sapatos enquanto discute a ementa do almoço. Daquele homem que lhe leva o galão, "então, mulher, não me queres contar o que se passa?", quase não se dá por ele mas ele está sempre ali, para assar as sardinhas e para trazer o leite com chocolate. Uma relação assim, que parece não ter paixão mas tem, está lá tudo. Estamos lá todos, aliás, em 'Sangue do meu sangue', grande filme de João Canijo. Um dos poucos filmes portugueses onde cada pessoa fala exactamente como deve falar e diz exactamente aquilo que é suposto dizer, com os erros de português, os palavrões, os pensamentos cruzados, as hesitações e os salamalaques que cada um de nós tem. E isso (além de tudo o resto) faz uma grande diferença.

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O retorno

"A metrópole tem de ser como este hotel, o que vimos antes de aqui chegar só pode ser um engano. A metrópole tem de ser como este hotel que até no elevador tem uma banqueta forrada a veludo. Portugal não é um país pequeno, era o que estava escrito no mapa da escola, Portugal não é um país pequeno, é um império do Minho a Timor. A metrópole não pode ser como hoje a vimos no caminho que o táxi fez, ninguém nos ia obrigar a cantar hinos aos sábados de manhã se a metrópole fosse tão acanhada e suja, com as ruas tão estreitas onde parece que nem cabemos."

O retorno, de Dulce Maria Cardoso, é um livro mesmo, mesmo bom.

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